“Tática Mente” (Panda Books), de Paulo Vinicius Coelho
Um dos principais jornalistas esportivos do Brasil, PVC é também um estudioso do futebol. Adepto de estatísticas e dados que parecem supérfluos num primeiro momento, ele consegue desvendar segredos do esporte com facilidade. E escreve de forma a não ser acadêmico. O livro reúne 30 análises de seleções que disputaram Copas do Mundo desde 1930. Nem sempre trata de vencedores. O Brasil de 1994 e 2002 está lá, assim como o de 1982. Espanha, Uruguai, Itália, Argentina, os grandes são minuciosamente desvendados, assim como surpresas como Camarões e Hungria. PVC explica como cada seleção jogava, com ênfase na evolução da tática e no que a opção do esquema revelava sobre determinado time. O livro é obrigatório para quem se interessa por futebol.
“Cheguei Bem a Tempo de Ver o Palco Desabar” (Arquipélago), de Ricardo Alexandre
Fabio Massari, em entrevista ao blog, disse que este livro é um dos mais importantes do jornalismo musical brasileiro. Ex-editor da revista “Bizz”, Alexandre também é autor de “Dias de Luta” (Arquipélago), que disseca as bandas dos anos 80. Neste, o jornalista se dedica aos anos 90, mas sem traçar uma biografia. Parte de impressões pessoais, contos de casos e reflexões para radiografar a época. Testemunha da cena musical da época, ele insere nos textos recortes pessoais e dá um tom memorialístico. Além de ser muito bem escrito, é o melhor retrato de uma era interpretado por quem estava no meio do furacão. Como disse Massari, “é jornalismo do bom: organizado, técnico, informativo”.
“Cadeia de Comando” (Ediouro), de Seymour M. Hersh
Fora de catálogo, o livro traz ampliações de reportagens que o jornalista escreveu para a “The New Yorker” sobre as guerras que os Estados Unidos assumiram no governo George W. Bush. Hersh foi o primeiro jornalista a escrever sobre as torturas de Abu Ghraib. É também um dos maiores profissionais dos Estados Unidos, com trabalhos premiados sobre a Guerra do Vietnã. Aqui, Hersh desvenda segredos políticos envolvendo o setor militar do governo, remonta o caso das torturas e revela como se Bush e companhia prepararam uma armadilha no Iraque. Encontrei o meu exemplar numa loja de grande livraria, largado numa mesa de promoções por R$ 10,90. No Estante Virtual, é possível encontrar exemplares de R$ 3,50 a R$ 42. O livro é uma aula de jornalismo e um retrato vivo dos Estados Unidos.
Eu tenho Cadeia de comando, mas nunca li. Recebi na época em que andava escrevendo no jornal sobre livros que abordavam os anos Bush e o pós-11 de setembro. Tem muita coisa lá em casa dessa época, alguns interessantes, outros nem tanto. Vou ver se acho um tempo para ler.
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Hersh é um senhor repórter. Na época, saiu muita coisa, mas, como você disse, nem todos prestam. Um que gosto muito é “O vulto das torres”.
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