
Não me lembro de ter lido qualquer coisa sobre a nova edição de “O Papagaio de Flaubert” (Rocco), obra máxima do inglês Julian Barnes. A Rocco não fez nada a não ser colocar nas prateleiras, com nova capa. Também não li comentários ou resenhas ou notas na imprensa.
Encontrei a segunda edição por acaso, numa visita a uma livraria. É de 2012, 24 anos depois. O novo custa R$ 29, mas na Estante Virtual o valor da primeira edição pode chegar a R$ 50.

A minha primeira edição se perdeu em alguma mudança dos últimos anos. Mas a biblioteca já foi refeita com a nova, para fazer companhia a dois outros grandes livros de Barnes, “Em Tom de Conversa” e “Amor Etc”.
“O Papagaio de Flaubert” trata da história de um médico aposentado que descobre em um museu um papagaio empalhado que teria sido inspiração para o autor francês escrever “Um Coração Singelo”. Então, ele vai em busca da história dessa relação.
Fatos da vida de Flaubert, dos seus livros e da procura do personagem fazem com que o livro se torne um caldeirão de gêneros, a tal ponto que o próprio personagem já não consegue mais distinguir realidade e a ficção. Tudo isso regado ao fino humor inglês.
O livro também abre portas para compreender a literatura de Ricardo Lísias, que em seus dois últimos romances (“O Céu dos Suicidas” e “Divórcio”, ambos Alfaguara) brincou sem limites com a mistura de ficção e realidade. Ele deu uma entrevista ao blog, que será publicada em breve, sobre esse multiplicidade de gêneros, que muitos chamam de autoficção.
Barnes é um autor que deveria ser mais lido.
Como sugestão do blog, além de “Em Tom de Conversa” e “Amor Etc”, valem a pena: “Inglaterra, Inglaterra” e “Do Outro Lado da Mancha”, todos da Rocco.
2 comentários em “Um inglês perdido nas prateleiras”